Apesar de seres muito aberto, alegre e parecer não dar valor a pequenas coisas, mas davas, tiveste as tuas tristezas. Umas maiores outras mais pequenas.
Claro que não tive conhecimento de todas até porque nestes casos tu eras muito reservado, não comentavas e nem sequer querias falar delas.
Mas irei, meu querido, descrever algumas que me apercebi. A última, e em que senti o quanto te doeu, aconteceu 2 meses antes de partires, mas essa ficará para outro post.
- Quando o gato Joaquim desapareceu de vez, tendo saltado do 24º andar, e depois de muitas buscas e anúncios, tinhas 3/4 anos e choraste. Aliás choramos todos lá em casa menos o Pai que ficou triste;
- Tinham um coelhinho branco e lembro-me como se fosse hoje, que também com essa idade, de manhã e estando eu ainda deitada, apareceste com ele nas tuas mãozinhas a chorar, pois tinha morrido;
- Andavas com 14 anos já de Vespa. Na verdade não tinhas muito jeito e bateste algumas vezes! Numa das quedas, a tua namoradinha apanhou tal susto e recusou-se a partir daí, a andar contigo. Ficaste triste!
- Já homenzinho e dormias, como sempre, no teu quarto no 1º andar. A Sara e João quando vinham cá dormiam no quarto do sótão numa cama de corpo e meio. Decidiu-se que passarias tu para o sótão e o casal para o teu quarto, adquirindo uma cama de casal. Ficaste triste pois não foste ouvido nem achado. E lá ias tu, depois de umas valentes noitadas subir para o sótão, onde nem os nossos cães chegavam para se meterem na tua cama. Ficaste muito triste mas nada se ouviu da tua boca!
- Andavas na Vespa durante alguns anos. O Pai falou em trocá-la pelo modelo skutter o qual nós os dois não aceitamos muito bem. Um dia, vindo do Porto, a troca estava feita. A Vespa, de que tinhas tão boas recordações deu lugar a uma nova. Ficaste triste porque não tinhas dado a última volta no teu meio de transporte, de despedida. Ficaste muito triste e aí sim, desabafaste com a mãe.
Deverias ter tido outras concerteza, pois eras muito sensível sem o demonstrares. Preferias guardar essas dores para ti.
-
Minha amiga tão amada.
ResponderEliminarEstou aqui em lágrimas.
Beijo
É verdade, aquele sorriso escondia muitas tristezas e muitas coisas por dizer. Mais do que a mãe aqui descreve. E provavelmente mais do que eu sei, apesar de acreditar que ele desabafava muito comigo. Mas acredito que agora não vale a pena falar sobre as tristezas. Já chega o amargo que fica na boca com a partida do seu riso meigo...
ResponderEliminarLuz,
ResponderEliminarSó descrevo os momentos que eu soube que o meu filho ficou triste. Entretanto lembrei-me de mais que irei descrevendo e o foram tornando num homem/menino tão doce.
Um beijo
Ritália,
ResponderEliminarEntretanto fui-me lembrando de outras tristezas do Afonso seu irmão. Irei descrevendo-as pois elas fizeram parte da vida do Afonso e quem sabe se não ajudaram aquele sorriso doce que ele tinha...?
Um beijo