segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AS TRISTEZAS DO KIKINHAS!

Apesar de seres muito aberto, alegre e parecer não dar valor a pequenas coisas, mas davas, tiveste as tuas tristezas.  Umas maiores outras mais pequenas.

Claro que não tive conhecimento de todas até porque nestes casos tu eras muito reservado, não comentavas e nem sequer querias falar delas.

Mas irei, meu querido, descrever algumas que me apercebi.  A última, e em que senti o quanto te doeu, aconteceu 2 meses antes de partires, mas essa ficará para outro post.

- Quando o gato Joaquim desapareceu de vez, tendo saltado do 24º andar, e depois de muitas buscas e anúncios, tinhas 3/4 anos e choraste.  Aliás choramos todos lá em casa menos o Pai que ficou triste;

- Tinham um coelhinho branco e lembro-me como se fosse hoje, que também com essa idade, de manhã e estando eu ainda deitada, apareceste com ele nas tuas mãozinhas a chorar, pois tinha morrido;

- Andavas com 14 anos já de Vespa.  Na verdade não tinhas muito jeito e bateste algumas vezes!  Numa das quedas, a tua namoradinha apanhou tal susto e recusou-se a partir daí, a andar contigo.  Ficaste triste!

- Já homenzinho e dormias, como sempre, no teu quarto no 1º andar.  A Sara e João quando vinham cá dormiam no quarto do sótão numa cama de corpo e meio.  Decidiu-se que passarias tu para o sótão e o casal para o teu quarto, adquirindo uma cama de casal.  Ficaste triste pois não foste ouvido nem achado.  E lá ias tu, depois de umas valentes noitadas subir para o sótão, onde nem os nossos cães chegavam para se meterem na tua cama.  Ficaste muito triste mas nada se ouviu da tua boca!

- Andavas na Vespa durante alguns anos.  O Pai falou em trocá-la pelo modelo skutter o qual nós os dois não aceitamos muito bem.  Um dia, vindo do Porto, a troca estava feita.  A Vespa, de que tinhas tão boas recordações deu lugar a uma nova.  Ficaste triste porque não tinhas dado a última volta no teu meio de transporte, de despedida.  Ficaste muito triste e aí sim, desabafaste com a mãe.

Deverias ter tido outras concerteza, pois eras muito sensível sem o demonstrares.  Preferias guardar essas dores para ti.

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

UM GRANDE AMOR!

A história abaixo da música é fictícia com laivos de verdadeira.  Depois surge a música que a minha querida Di me deu a conhecer.

Quando a ouvi as lágrimas cairam-me interruptamente.  Fez-me lembrar a vossa história de amor e os "recados" que eu deixava no meu blog, através de ficção para ver se vos aproximava. Inventava cenários pois sabia que tu e a Di iam ler e tentava, como mãe, e conhecendo os dois que reatassem o vosso namoro.  Isto arrastou-se durante 3 ou 4 anos julgo eu, com cada um para o seu lado.

Entretanto, tu ias tendo as tuas paixonetas mas na verdade, e neste período, a que soube que tivesses gostado de maneira mais profunda pois tu me falaste dela, foi com a Filipa.  De resto eram paixões dignas de um pinga amores que tu eras e que te arrependias logo pois a Di tinha sempre um lugar muito especial.

Magoas-te-a profundamente e ela partiu de vez.  Julgo até que partiu para o sul para esquecer mais depressa.  Mas um verdadeiro amor não se esquece, meu querido, por mais artimanhas que inventemos.  E tu inventaste muitas que julgo que agravou ainda mais a situação.  Até eu arranjei artimanhas que passaram o permitido mesmo para uma mãe que adorava os dois e sabia, por instinto, que ambos sofriam.

Sofrer de amor, nos tempos de hoje, é muito custoso, difícil e até me pareceu impossível.  Julgo que se tornaram, em relação um ao outro, dois teimosos e medo de voltar e fazer sofrer.  E assim perderam os vossos melhores anos e uma reconciliação que só iria fortalecer mais o vosso amor.

E ninguém me convence que não partiste com a Di no coração e ela guarda no seu, um canto muito especial para ti.

Não quero pensar assim mas, as circunstâncias obrigam-me a dizer que, se tivesses reencontrado a Di, estarias mais calmo e sereno e ainda aqui te teríamos conosco.

Foi a tua maior paixão que se transformou num grande amor!


domingo, 21 de agosto de 2011

HSTÓRIA DE FICÇÃO


Se me lembro dela! Dos anos "loucos" da nossa adolescência! A descolonização distanciou-nos mas fomos sempre sabendo notícias uma da outra e já nos reencontramos.

E hoje recordamos uma vez mais a nossa juventude. Dia de finados, dia de todos os santos!

É sempre tão bom constatar como se tornou numa mulher tranquila, madura e de bem com a vida. Era uma rapariga encantadora, amiga da sua amiga. Talvez um pouco"sossegada" e "ajuizada" dentro do nosso grupo mas com quem pudiamos contar. Saiu algumas vezes da sua "linha" mas tudo devido a um namorado (muito giro e com um quê especial!), que era "assediado" e que gostando muito dela, não sabia resistir às investidas. Depois arrependia-se, pedia-lhe desculpa e lá recomeçavam o namoro! Ficavamos "fulas", e quase que a "hostilizamos" quando soubemos que mesmo depois de o ter "apanhado em flagrante" com a sua melhor amiga, voltou a desculpá-lo. E fazia-o dizendo-nos: "prefiro ser rainha por um dia que princesa toda a vida".

Palerma, burra, pensavamos mas a verdade é que ele gostava mesmo dela e ela dele (faz-me agora lembrar a música Mulheres do Martinho da Vila!!!).

Sofreu, chorou, e até arranjou alguns "namoradinhos", mas acabou por o ter a ele. E ele "pulou" várias vezes a cerca mas acabou por se cansar, arrepender-se de vez e assentar: nunca mais se separaram.
Conseguiste, porque o amavas, virar a frase: foste princesa por um dia e rainha para toda a vida!!!

Porque na verdade, querida amiga, até aos nossos 20 anos é um dia mas depois até à velhice é uma vida!!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

APRECIADOR DE BOA COMIDA!

Como sabes, a mãe e a Fernanda resolvemos fazer num canteiro no jardim de trás  uma mini horta.  Chamo-lhe a horta da crise!  Outra bacouquice minha.

Plantamos tomates, feijão verde, couve flor, coração, courgetes, pimentos, alho francês e o nosso querido "velhinho" Zeca ofereceu-me alecrim, hortelã e manjericão roxo.  Tudo isto em mais ou menos 5metros de canteiro.  Está tudo a crescer e os tomates tem sido muitos.  Muitos e saborosos.

O pai tem feito uns gaspachos óptimos e  lembro-me sempre como tu gostavas desta sopa alentejana!
E como no verão passado falaste tanto que querias comer e nós não encontrávamos tomates suficientemente maduros e bons para fazer.   Acabaste por não comer nenhum!

Aprendeste a gostá-los numa estadia em Évora, em casa do teu amigo que tinha trabalhado no CEIIA: o alentejano como  lhe chamavas.  Foi isso, as migas e a sopa de cachão.  Tu eras um óptimo cozinheiro e tudo que tivesse um travo diferente, tu eras adepto.

Fazias umas massas com uns molhos excelentes, um polvo à lagareiro de 5 estrelas, e variadas invenções que faziam a delícia cá em casa e nos encontros que tinhas na tua em Matosinhos. Sem falar nos grelhados que tinham um sabor especial! Todos eram falados e comentados!

Pena meu querido, a mãe não se ter lembrado da horta o ano passado pois já te terias regalado com uns belissímos gaspachos.  Podes crer que tenho muita pena.

sábado, 13 de agosto de 2011

PORQUÊ DOMUNDO?

O teu blog chamar-se DOMUNDO não é nenhuma pretensão da mãe mas sim um sinal simples e fácil de explicar.

Em 2008 resolvi criar o meu espaço.  Não percebia nada disto mas gostava muito de ter um local para escrever.  Uma história aos quadradinhos para os meninos lerem e quem sabe os netos das pequenas e grandes viagens que a mãe fez e pequenos retalhos da minha vivência que tanto ajudaram a que me tivesse tornado numa mulher feliz e realizada.

Só podia recorrer a alguém que soubesse e uma noite, à conversa com a minha querida Di e sua Diana pelo messenger resolvemos fazê-lo.  É preciso dizer que ela estava no Algarve e eu cá.

Mensagem para cá, dica para lá, indicação para norte informação para sul, ele ficou criado às 4.00horas da manhã.  Eu parecia uma criança pequena de tanta felicidade!  Mas por um erro meu em vez DOMUNDO ficou http//bacouca.blogsopot.com.

Perdia o nome global e ganhava outro que os meninos diziam da mãe quando tinha estas infantilidades:  é uma bacouquinha!

Quando partiu não conseguia escrever no meu blog.  Achava que quem o lia não teria sempre de deparar com uma mãe destroçada por uma dor sem nome e por uma saudade sem fim.  Mas no fundo aquele espaço fazia-me falta.  Escrevinhava um pouco das minhas histórias, dos meus assuntos, das minhas dúvidas e tinha o feed back de um grupo de amigos que tinha travado contacto nestes anos todos.

Surgiu-me a ideia de criar um espaço seu:  alegre, descontraído, onde contasse pormenores e episódios da sua curta mas tão cheia e feliz vida.  E aí sim, não cometi falha e ficou DOMUNDO.

Dei-lhe, como uma mãe faz, as coisas mais simples e complicadas que tem para entregar:  neste caso o nome do seu espaço.  E acho que se aplica muito bem.

O meu querido viveu este mundo, participou nele, partilhou todas as coisas que ele lhe podia dar, soube amá-lo e respeitá-lo como contribuiu para que ele fosse melhor no circulo que o rodeava, deixando felizes recordações com quem conviveu consigo e portanto, posso dizer sem vergonha de ser pretenciosa foi uma pessoa DOMUNDO!!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SEMENTES LANÇADAS!

A sua vida curta deixou sementes como que atiradas ao vento por todo o lado onde foi passando.  Há quem passe uma vida longa sem deixar nenhuma!

Desde muito pequeno e até partir, foi atirando "pós" de amizade, de camaradagem, de companheirismo às pessoas que lidou de perto.  Tem amigos verdadeiros da infantil, da primária, do secundário e da universidade.  Deixou amizades sinceras nos seus colegas de trabalho e nos companheiros das festarolas, dos encontros para a jogatina, das churrascadas ao fim de semana, dos encontros em sua casa com bom gosto culinário e dos destinados simplesmente à desbunda!  Foi sincero e amou todos como eles foram para si.

Sabia guardar um segredo como de mais sagrado se tratasse.  Deu-se com pessoas humildes e mais cultas com a mesma igualdade de tratamento.

Concerteza zangou-se, teve que dar um berro ou um murro  na mesa mas tenho a certeza que no instante seguinte estava tudo esclarecido, esquecido e de bem.

Não aceitava a maldicência, a falta de respeito, a inveja ou a traição.  Amou a sinceridade com toda a sua força!

O ambiente à sua volta era de uma alegria contagiante e quantas vezes era criado e  incentivado pelas suas "maluqueiras" como, anedotas, caracterização de pessoas, música alta, danças do kizomba como se tivesse aprendido em África e imitações dos nossos patrícios africanos!  Ninguém conseguida continuar mal-disposto ou zangado depois dessas tropelias!

Por isso é que, meu querido, os seus amigos em vez de "pesâmes"ou "sentimentos" me disseram uma frase que naquele momento e que tantas vezes me lembro, desse tanto orgulho a esta Mãe:   
                                         
                                             OBRIGADO PELO AFONSO!!!



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

INTO TO THE WILD!

Um dos teus maiores amigos, o Ricardo, pois no FB uma das músicas deste filme.  Lembrei-me imediatamente de ti.

Quando vi o filme, o qual gostei muito, perguntei-me se ele não teria sido feito a pensar em ti:  o estar sózinho entregue a ti, a busca da sobrevivência, o conhecer os teus limites, o protestar contra alguns males da sociedade, o ideal de liberdade.

Como já disse tu querias respostas e só encontravas mais perguntas.  E tudo o que te rodeva era sujeito a uma análise da tua parte para saber os porquês.  Não te contentavas com: porque é assim!

Até me lembro, que ultimamente nos falavas com frequência que gostavas de  tirar uma "licença sabática", julgo por 6 meses para correr mundo.  Não seria para uma experiência totalmente como esta, mas no fundo era para  veres e teres novas ideias de design e estares só.  Mais um sonho teu que não teve tempo de se concretizar.

"Into to the wild"!

sábado, 6 de agosto de 2011

FESTIVAIS

Como as coisas mudam conforme os nossos interesses!  Até ao ano passado tanto me fazia que a TV desse anúncios ou notícias sobre concertos.  Ouvia as entrevistas e o divertimento daqueles jovens e até achava graça.

Este ano dá-me uma tristeza enorme.  Lembro-me sempre da tua alegria contangiante quando organizavam a ida a Paredes de Coura, ao Sudoeste ou a Sagres conforme calhava e as companhias que tinhas.

Poderá ser uma estupidez da minha parte mas comcei a detestar concentros e se dantes via a alegria espontânea nos rostos daqueles milhares de jovens, hoje só noto um entusiasmo forçado e provocado pelas bebidas e pelas substancias ilícitas.

Meu querido tu gostavas tanto destas concentrações e conseguiste assistir ao teu último em Lisboa, mas a Mãe vai continuar, a partir desse dia fatídico de 4 de Dezembro a detestar festivais.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

1ª EXPERIÊNCIA FORA DE PORTUGAL.

Ainda hoje me pergunto como tive coragem de te deixar partir de camioneta, e com o teu grande amigo Dionísio, mais conhecido pelo Pilhas, para a Suiça apanhar "prunes".  Eram muito novos, a viagem demorava mais de um dia e eu nem sabia para quem iam trabalhar.

É como se fosse hoje que vos vejo carregados com as mochilas e farnel, na estação de autocarros a embarcar ao fim da tarde com pessoas muito mais velhas.  Vocês deveriam ter entre 15 a 16 anos.  Apeteceu-me "travar-te" dizer que não ias mas o vosso entusiasmo era tão grande...

Soubemos só depois as condições miseráveis em que estiveram instalados, o tipo de comida e do trabalho mais que duro que vos era exigido.  Penso até que nem aguentaram o fim do contrato que era de 15 dias e vocês regressaram passados 10.  Não dava mesmo mais para aguentar!

Julgo que te encantas-te com as histórias das estadias dos pais em França a apanhar pêssegos e julgaram que seriam umas férias diferentes e onde poderiam ganhar dinheiro.

A vida é dura meu querido e mais se torna quando nos sentimos explorados num país estrangeiro (a Suiça não faz parte da União Europeia) e sentimos que não temos poder de reenvidicar por sermos menores.  Revolta até!

Julgo que foi uma saída marcante de Portugal pois tu que eras o mais aventureiro, lembro-me somente que foste a Barcelona, Paris e Noruega.  Com essas tuas asas julguei que te aventurarias a escapadelas mais frequentes fora do país.  Talvez o dinheiro não desse para tudo!