sábado, 21 de maio de 2011

UM GATO CHAMADO JOAQUIM!!!

Falei-te do melro que vinha sempre aqui ao jardim e que daqui fez refugio pois só tinha uma pata e não devia ainda ter forças suficientes para voar.  Fazia-me imensa companhia e eu resolvi chamar-lhe de Joaquim.

Fi-lo lembrando-me do gato persa que tivemos em Macau, que era lindíssimo no seu pelo cinza e longo, e que tu adoptaste logo como teu.

Adoravas o Joaquim mas fazias tropelias ao bicho até ao dia que ele se chateou e com uma das unhas se defendeu, e te fez um lanho.  Vinha do canto da boca e subia um bocado pela bochecha.  Mantiveste sempre essa cicatriz e eu apanhei um susto enorme pois a tua cara ficou coberta de sangue e eu não sabia se te tinha apanhado um olho.  Se assim fosse o Joaquim, por mais razão que tivesse, teria levado um grande castigo da Mãe...

Terias 4 ou 5 anos quando ele foi para casa ainda bébé. Era um brinquedo!  Depois cresceu e aí começaste a fazer-lhe tropelias.  Querias pô-lo tonto e então metias dentro de um saco de plástico e andavas com ele à roda.  Quando tu também já estavas tonto, paravas e abrias o saco:  o Joaquim fugia cambaleando e tu choravas a rir com a cena.

Outras vezes gostavas de o prender dentro das tuas calças do pijama para ver se ele encontrava alguma fuga.  O pior era quando ele te começava a morder o pirilau e aí eras tu aos saltos que o pobre acabava por ter uma fuga escorregando pelas perneiras das calças esbafurido.

Pintavas a macaca com o Joaquim, e havia sempre uma pior que a anterior mas eras muito amigo dele.  Cobria-lo de beijinhos e festas.  Ele dormia, às escondidas, na tua cama.

Um dia desapareceu de vez.  Foi o choro e a tristeza lá em casa. Já tinha acontecido uma vez:  caiu do 24º andar e parou no estendal do 12º e saltou para dentro de casa.  Como tinhamos espalhado anúncios do desaparecimento pelo prédio, foram lá entregar.  Mas dessa vez não.  Deve ter caído mesmo até cá abaixo ou alguém ficou com ele.

Até partires sempre guardaste fotografias do teu amigo Joaquim e sendo tu tão pequeno guardaste sempre uma grande amizade a este gato tão especial!

sábado, 14 de maio de 2011

DIVISÃO DE TEMAS!

A música foi escolhida pelo seu irmão, pois segundo ele, lembrava-se muito de si sempre que a ouvia.

Todos a acolhemos e é ela que irá marcar a divisão deste espaço:  os 1ºs artigos falei mais na minha dôr e menos em si.  O contrário a que me propus quando pensei neste espaço:  lembrar situações, momentos, alegrias, de si e consigo.  Dedica-lo ao meu Kikinhas, que teve momentos tão importantes, hilariantes, felizes.

E deixar a todos nós essa pessoa que tanto amou a vida!

MÚSICA QUE ESCOLHEMOS!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O TÚNEL TRAR-ME-Á LUZ???

Os dias passam mais depressa ou mais devagar, mas eu tenho sempre que lutar, ir buscar forças onde elas se estão a esgotar, para ser mais um dia.  Um dia em que a saudade vai sempre aumentando e eu pergunto-me a mim mesma quando não der mais para segurar.  Vejo-te com  teu sorriso encantador e os teus olhos tão doces, numa espécie de túnel, cujo fim eu irei lá chegar para nos encontrarmos.

Mas nesse túnel nunca mais consigo alcançar-te e eu continuo, 24h sobre 24h caminhando.  Quando explodir no meu coração que este caminhar aqui na terra não terá nunca mais fim, pergunto-me, com medo, como vou reagir.  A falta que me fazes nunca consegui medi-lá.  Nem pensava nela pois estavas sempre aqui.  Sentia saudades mas as mesmas eram superadas pelas tuas vindas a casa.

Sinto-me anestesiada e confesso que quando "acordo" a dor é tão grande que eu prefiro continuar a minha jornada por esse túnel.  Nunca mais puder dar-te um beijo, fazer-te uma festa no cabelo, olhar profundamente nos teus olhos deixa-me vazia.

E eu, meu anjo, não posso ficar vazia pois não estou sózinha.  Tenho o Pai, os manos, o Vasquinho e por mim e por eles tenho que viver.  E não quero que seja uma vida inútil.  Quero-a preenchida.

Tu eras e és, o meu kikinhas, e todos cá em casa, gozavam e sabiam a ternura exagerada que tinha por ti.  Nunca o consegui esconder  nem me preocupava.  Havia vários factores mas julgo que o mais importante era porque tinhamos feitios idênticos: gostávamos e viviamos com alegria a vida.

Todos achavam-te um exagerado mas como eu me ria para dentro e só te pedia:  divirta-se mas sempre com a cabeça entre as orelhas!. Tu sorrias com aquele teu ar tão subtil e malandro.

Quero começar a contar coisas sobre ti mas só consigo lembrar-me das divertidas.  Quando os meus dedos correm no teclado, neste espaço que é nosso, invade-me uma nostalgia, uma saudade que me aperta o coração e essas boas recordações dão lugar à tristeza e ao pensamento:  conseguirei?

Tenho que conseguir, meu anjo, por ti, por mim, por quem te ama.  Este túnel tem que me dar uma luz de paz e tranquilidade que eu tanto desejo e peço.