sexta-feira, 1 de julho de 2011

O AMIGO DO SEU AMIGO!

Como é difícil ter uma página em branco à nossa frente, para contar tanta coisa de que me recordo de si, das suas brincadeiras, da sua alegria, do seu amor ao próximo, dos seus amores, da sua amizade!

Por falar em amizade lembrei-me de uma que aconteceu em Macau, tinha o Kikinhas 4 anos.

Havia no seu colégio a família Abecassis que era constituida por 12 (!) irmãos.  Portanto não havia turma nenhuma que não houvesse um!  Era muito amigo desse Abecassis (que agora não me recordo do nome).  Conviviam no recreio, repartiam lanche, comprava-lhe coisas na cantina pois eles não podiam ter mesada, convidava-o para sua casa e ia também brincar com ele.

Um dia, o Abecassis foi para a sala de aula, provavelmente sem a blusa branca bem passada, sem o nó da gravata bem dado ou até com o fecho eclair das calças azuis aberto. Vocês andavam todos de uniforme.

A professora, na aula e em frente a todos os alunos, chamou-o à atenção para alguma destas falhas de uma maneira nada pedagógica.

Você perdeu a cabeça, pôs-se em cima da cadeira e a chorar, de dedo em riste, disse:

-  Não sabe que eles são 12 irmãos e que a Mãe não pode ver como vêm todos? São muitos e ajudam-se uns aos outros.  Não volta a dizer isso ao meu amigo.

Saiste da sala e foste para um canto do recreio desabafar a injustiça da professora.

Fui claro chamada ao colégio, e disse que tu, provavelmente terias razão para reagir assim, pois a professora deveria ter dito algo de uma forma mais violenta que o necessário.

Já com 4 anos, mostravas ser amigo do teu amigo e não ter medo de enfrentar as consequências para os defender!

2 comentários:

  1. O Afonso contou-me uma história que parece ser esta. Falou-me que no último ano que esteve em Macau se virou "contra" a professora para defender um coleguinha. Uma história como muitas outras que me contou que me fez sorrir e ficar cada vez mais encantada por ele.
    Como tenho vontade de continuar a ouvir as suas histórias...
    Beijo grande

    ResponderEliminar
  2. Rafaela,
    E poderá ouvir sempre que vier aqui e eu tiver algo do Afonso. Por vezes é difícil desatar o nó e puxar por uma ponta pois lembro-me de tanta coisa dele...!
    A história é de certeza a mesma!
    Um beijo

    ResponderEliminar